O presidente nacional do PSOL e integrante da Primavera Socialista, Juliano Medeiros, participou de um debate na CNN com o ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles (PL-SP), na segunda-feira (17). Salles tentou criticar a política externa do presidente Lula (PT) nesses três primeiros meses, mas foi respondido por Medeiros com as conquistas do governo na área até aqui.
“O que o ex-ministro da boiada está tentando fazer é o que os radicais de extrema-direita fazem o tempo todo: criar uma linha divisória entre os democratas e os autoritários”, iniciou o psolista. “Lula foi ao Uruguai e à Argentina para fortalecer os mecanismos de integração regional, como o Mercosul, que foi desmontado durante o governo Bolsonaro, como a Unasul e a Selac, instrumentos multilaterais importantes pra fortalecer o papel que a América Latina pode ter nesse contexto de polarização internacional”.
O presidente do PSOL lembrou que Lula também esteve nos Estados Unidos e conseguiu 50 milhões de dólares para o Fundo Amazônia: “Aquele mesmo Fundo que o senhor, enquanto ministro, tratou de inviabilizar”, disse Juliano. “Porque a relação do presidente Lula com os Estados Unidos, diferente do que era a relação do presidente Bolsonaro, não é uma relação de vassalagem, de alinhamento ideológico. É uma relação de cooperação. E da China, país que Bolsonaro não quis visitar em nenhum momento, o governo Lula está trazendo 15 acordos que podem chegar a 50 bilhões de reais em investimentos”, completou.
Sobre a acusação de Ricardo Salles de que o governo federal teria alinhamento com governos autoritários, Juliano Medeiros lembrou o caso das joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria recebido da ditadura da Arábia Saudita.
“Causa espanto que o deputado fale de ditadura. Sabe a Arábia Saudita, deputado, que o Bolsonaro visitou inúmeras vezes? Então, esse país até outro dia não permitia que as mulheres pudessem dirigir seus automóveis. A Arábia Saudita, que entregou joias no valor de 16 milhões de reais, que o Bolsonaro queria embolsar, não é uma democracia”, declarou Medeiros.
O psolista concluiu afirmando que Lula deve conversar com todos os países do mundo, para defender os interesses nacionais do Brasil. “Ele vai falar com os Estados Unidos, com a China, com a Argentina, com a União Europeia e com a África. Sempre que isso levar o interesse do Brasil, o interesse do povo brasileiro em primeiro lugar”, disse.
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