A prefeitura de Belém promoveu, no sábado (06), uma cerimônia para celebrar a alfabetização de 208 pessoas, entre jovens, adultos e idosos, que aprenderam a ler e escrever por meio do programa “Alfabetiza Belém”, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O evento aconteceu no auditório da UFPA, onde os estudantes receberam seus certificados.
“Eu agradeço a Deus e também a minha professora Denise (Freire). Se não fosse eles não estaria aqui. Eu quero terminar os meus estudos para ensinar as outras pessoas sentirem a emoção dessa conquista”, disse Marcileia Lemos Macedo, de 47 anos, moradora de Cotijuba, sem conseguir conter as lágrimas pela emoção de estar dando os primeiros passos no caminho da leitura e da escrita.
A idosa Olávia Damasceno Sanches, de 92 anos, também emocionada, não acreditava que um dia chegaria a viver a experiência de ser certificada por estar alfabetizada. Para ela, a idade “é uma bênção, mas ser alfabetizada na fase adulta não é fácil. Então é um prazer e orgulho estar aqui”, comentou.
O Alfabetiza Belém começou em 2021, com a tarefa de ensinar a ler e a escrever jovens, adultos e idosos que, por algum motivo, não tiveram acesso à educação. Além do MST, o programa conta com a parceria de instituições de ensino superior. Atualmente, o programa está presente em 38 escolas, atendendo 1.450 estudantes. Além das 208 pessoas certificadas neste sábado, em 2022 foram alfabetizados 1.055 estudantes na modalidade da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Ejai). A previsão da prefeitura de Belém para 2023 é alfabetizar mais 3.258 pessoas.
“Queria agradecer a todo mundo que ajudou para esse momento ser concretizado. O nosso sonho é que Belém seja a primeira cidade brasileira a gritar que é território livre do analfabetismo e nós podermos ser a cidade referência no Brasil, por ter vencido o analfabetismo. Estamos juntos pela educação de qualidade e queremos mostrar a nossa força”, afirmou o prefeito da capital paraense, Edmilson Rodrigues (PSOL), que é integrante da Primavera Socialista. “Não parem por aqui, continuem estudando e transformando o mundo”, completou ele nas redes sociais.
A agora alfabetizada Enilde Carneiro Baeta, de 64 anos, já anunciou que, após aprender a ler e escrever, agora continuará os estudos. Ela trabalhou a vida toda como empregada doméstica e, até fazer parte do programa, não teve a oportunidade de aprender as primeiras letras para escrever e ler seu nome. “Agora eu aprendi a ler e a escrever graças a Deus. Quando me ofereceram essa oportunidade peguei com as duas mãos. Eu já até me matriculei na escola e vou começar na segunda-feira”, contou Enilde.
Belém rumo ao analfabetismo zero!
A entrega dos certificados do Alfabetiza Belém aos 208 estudantes foi, sem dúvida, uma das cerimônias mais bonitas e emocionantes que o auditório do Benedito Nunes, na UFPA, já viu
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— Edmilson Rodrigues (@EdmilsonPSOL) May 8, 2023