O vereador de Campinas-SP e integrante da Primavera Socialista, Paulo Bufalo (PSOL), teve uma vitória importante na Câmara Municipal na quarta-feira (10). Apesar da tentativa de perseguição, a maioria dos parlamentares votaram pela rejeição do pedido de Comissão Processante contra o psolista.
O pedido tinha sido protocolado pelo empresário Álvaro César Iglesias, com o objetivo de apurar uma possível quebra de decoro parlamentar de Paulo Bufalo. Iglesias é proprietário de um imóvel que foi ocupado pelo Movimento de Mulheres Olga Benário, onde Bufalo esteve, na semana passada, prestando apoio ao movimento. A tentativa do empresário era apurar uma possível quebra de decoro parlamentar do vereador, por ele ter usado o carro oficial da Câmara em seu deslocamento.
No Plenário, a criação dessa comissão foi rejeitada por 15 votos a oito, além de duas abstenções. Com isso, o pedido foi arquivado.
O Movimento pretende utilizar o prédio, que estava abandonado há quase 10 anos, para acolher mulheres vítimas de violência. Representantes da ocupação afirmam que a casa estava com portas e janelas quebradas, além de muito lixo depositado. As pessoas que promoveram a ocupação realizaram limpezas e reparos. O dono do local, no entanto, justifica que o espaço está desocupado devido a crise financeira causada pela pandemia, mas que os impostos municipais estão pagos e a documentação regularizada.
Ainda há contra Paulo Bufalo duas representações na Corregedoria da Câmara, que estão sendo analisadas pelo órgão. Uma deles pede averiguação dos fatos e a outra tem a intenção de apurar eventual desvio de conduta.
“Essas denúncias distorcem fatos. São informações falsas, acusações infundadas que foram divulgadas pela extrema direita. Eu estava no exercício do meu mandato, não cometi nenhum crime e nenhuma quebra de decoro parlamentar”, afirmou o vereador do PSOL. “Mais de 200 mil pessoas na cidade de Campinas moram em áreas que foram ocupadas. Muitas dessas áreas estão em processo de regularização e são visitadas diariamente por vereadores com seus carros. Eu duvido se essas pessoas precisarem ir à Câmara para entregar um documento que um parlamentar vai se negar a usar a estrutura do seu mandato para fazer isso”, completa Bufalo, que se diz absolutamente tranquilo diante das denúncias.